sexta-feira, 3 de julho de 2015

Ternura de meninice

O tempo não pode parar nem um segundo sequer aos 12 anos Alana ficava presa no chão de pé observando a molecada correndo, gritando e tropicar nas pedras do pátio de terra  do colégio feito filhotes inquietos, parecia que somente existia ela e a sua imaginação sublime.Magrela, bochechas coradas,cabelos encaracolados cheios de enfeites coloridos e olhos grandes, se não estava naquela posição, tinha que sentar debaixo de uma árvore qualquer.
Os dia se passavam e não havia conquistado nenhum amigo para brincar, até que em uma manhã dengosa bate suavemente  na porta velha da classe um menino da mesma idade de Alana  que o sobrenome Bonsom já é o bastante. Aula de formar duplas para um trabalho de desenho e a sorte ou azar dos dois formaram um par que juntos tinham que pintar justamente o doce mais gostoso da face da terra. A menina parecia a criança mais triste do planeta inteiro não ficou nem um pouco curiosa do que o seu novo parceiro de artes estaria planejando em fazer.
Bonsom muito travesso tentava puxar assunto, pintava as mãos de Alana, girava e cantarolava, um garoto que transbordava alegria isso irritava a dondoca, em uma tarde ensolarada no parque do bairro todos da classe foram brincar e o pequeno dançando e impaciente, a menina vou contar em detalhes, primeiro respirou profundo, falou a tabuada do uma até o cinco em sua mente, imaginou dez coelhos comendo cenoura e indo descansar em suas tocas e a maluquice explodiu, ela pulou em cima de Bonsom e mordeu sua barriga seca, não largava e começou a sangrar.
- Solta ele vampirona!- Todas as crianças berravam em maestria.
- Ai, ai para sua doida...-Bonsom chorava de dor.
- Isso é para você aprender a não querer ser amigo de quem não quer seu...- Alana soltou a barriga devagar e vitoriosa.

Dias, dias e dias se foram e ninguém tocava no assunto, Bonsom não incomodava mais a meninice  de Alana e a criançada toda queria mais é ficar longe da vampirona, isso começou a deixar ela desgostosa de enfrentar os momentos no colégio e mocinho magoado.
Mais uma tarde naquela árvore o Bonsom a viu sentada e bebeu uma doze de coragem e foi até Alana e perguntou?
- Qual doce vamos fazer para a professora?
- Tanto faz.- A meninice respondeu fria.
- Gosta de bolos?
- Prefiro torta.
- Ah sim de qual sabor...- O menino batucava com um galho que pegou no chão sujo.- Aposto que adora maçã...
- Nossa... porque?- Ela curiosa questionou.
-Está na cara você fica debaixo da árvore que nasce a maçã... isso o tempo todo... o todo que você pode... não estou certo?-  O menino afirmou como se isso fosse a verdade mais valiosa do mundo.
- Gosto de ficar um pouco sozinha...- Deu um riso de lado.- Para sua informação sim adoro maçã... mas amo chocolate...- Disse a meninice da forma mais fofas que ouvidos rudes poderiam se comover.
- A sua voz é tão... naquele dia porque você me machucou? Fiquei muito triste... apenas queria ser seu amigo... te fazer um carinho.- A ternura dos olhos de Bonsom eram tão evidente que o brilho de suas pupilas intensificavam a cor verde de sua íris.
- Desculpa.- Ela falou meiga.- Não pensei muito bem.. - Agachou e colocou sua cabeça sobre as pernas do garoto.- Me arrependi com o todo meu coração... a verdade gosto de você... me faz sorrir sem graça toda a vez que vejo esse teus olhos que parecem de mentira... isso me deixa confusa e depois com muita raiva- Alana estremeceu- Você é o primeiro que me fez... parar de pensar na cor... e querer apenas sentir suas mãos tocando as minhas.
- Verdade!- Acariciando os cabelos soltos da meninice.- Sinto algo não sei muito bem... é especial quando posso ficar do seu lado... acho que te amo do jeito que os mais velhos se amam.- Com ternura, ternura e sem esconder sua felicidade de estar ali, começou a inalar o cheiro do cabelos de Alana.
- Um anjo te vejo como um.. Por favor me perdoe... não deixe de sentir o amor que tem por mim... mesmo quando eu te ver com outra menina com esse jeito carinhoso... eu falar que te odeio.-Suspirou profundo.- Vai ser falso, eu não acho que te amo, tenho certeza disto, é muito forte.
- Promete para mim, mesmo quando crescermos as nossa vidas mudarem e nos separarmos por causa das escolhas diferente... não esquece de mim, não oculte que fui o primeiro a te dar...
Ela inconscientemente levantou a cabeça ficaram se olhando por eternos segundos, as mão de ambos congelaram naquela tarde de verão, o sol brilhava intensamente, o foco estava nos lábios, o coração aquecido, sorrisos tímidos e ingênuos, tentavam disfarçar e manter distante o inevitável. A pele queimava o impulso os aproximava cada vez mais. Os narizes se tocaram primeiramente, a boca salivava e os lábios enfim se conheceram sinceramente.
Foi a assim que aconteceu a ternura de um beijo inocente em instante de meninice escondido, por acaso o que começa em um doce acaba em satisfação em toda a sua dimensão, sua forma de afeto e gosto não é o mais importante, o valioso é ser degustado e alimentar não apenas o corpo mais também a alma.

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