terça-feira, 14 de julho de 2015

Você provocou primeiro

Na teoria tudo é mais limpo ao chegar na verdadeira ação o monte vai transformando em flexível e prepotente. Por te tido vários amores vadios ou melhor me expressando apenas noites satisfazendo minhas vontades mundanas. Falei alto absurdos, gritei nomes, berrei declarações vagas e gemi sentimentos falsos. Em uma madrugada as estrelas estavam dançando anunciando que o próximo dia seria ensolarado, voltando sozinha, cantarolando...
" Quero seu amor
Joga fora o seu orgulho
Sinto muito querida o meu coração não pertence a ti
Pode brincar com o meu corpo mais não com meu coração"
A dádiva estava prestes a acontecer, um tropeço na imensidão da noite foi que me salvo da luxuria pagã, em questão de segundos quase cai e ele me ergueu. O homem loiro, de porte médio, olhos verdes ciumentos, boca rosada, pele de gelo e mãos protetoras. Os nossos olhares ficaram hipnotizados com o calor de algo repentino, as minhas bochechas estavam ardendo. Primeira vez que fiquei envergonhada diante um rapaz, nua com vestes grossas, essa nudez era da alma, como um flash da minha vida , me sentido insegura e inferior em frente ao um nobre.
Nunca me vendi, apenas queria de alguma forma igualar-me a eles... Queria ter o poder em minhas mão, não um brinquedo descartável e sim única. Realmente o ser humano é único isso ninguém pode ser opor.
- Querida você está bem?- Sussurrou- O quê uma moça como você fica perambulando na madrugada, assim tão indefesa.- Escutando entusiasmado meus suspiros.- Como se chama?
- Amélia senhor.
- Não sou senhor ainda acho até que temos a mesma idade.- Levantou o meu corpo,- O meu nome é Afonso.
- Sim e você o quê faz um bom moço nessa noite sombria?
- Caçando.- Seco
- Hum
- Precisa que te levem para casa?
- Não é necessário, sou independente e até mais que muito homem.
- Sim, então tudo bem.
- Então solte minhas mãos e não olhe para mim com essa cara.
- É a que eu tenho.- Erguei os ombros.
- Se apaixona fácil assim.
- Isso é inescapável.
- Somente por presas tolas.- Desprendi as minhas mãos.
- Adeus.
- Adeus? Como sabe que não iremos nos ver mais... dizem que o mundo é pequeno.- Sorri
-Tenho certeza a minha existência não é suficiente para esse universo indignamente perfeito.
- Você está indo para o monte? Isso é estupidez.- Meus olhos imploravam para não acontecer o óbvio.
- Por acaso está voltando de lá? Parece bem viva e demais.
- Não mude de assunto.
O Abracei tão forte que podia experimentar sua alma, como era linda, quente, pedindo afeto e maliciável. Escorregava pelos os meus dedo, minha unhas com uma ardência estranha. Conseguia ver a solidão em pessoa.
- Largue agora!- Gritou
- Não.- Jogou a mim feito um fruto podre.
Correu e eu corri atrás, feito uma  menina boba, chegando no topo, estávamos ofegantes, suados e desprezíveis. A grama escorregadia, as estrelas mais chamativas ainda, o nascer do sol saliente, roupas sujas e duas almas amedrontados uma com a outra.
- Por que você me seguiu? Quer morrer- Sorriu sem jeito
- Não posso deixar um ser desistir tão despreocupado.- O segurei com tamanha brutalidade que nem eu mesma sabia que a tinha.
- Para mulher.
- Sabe tem gente que te ama, você não vai  sentir remorso é  claro... mas vai fazer o sofrimento grande para os que ficam... esqueça tudo apenas... a indiferença é uma merda mesmo.- Minha unhas cravaram em sua costas largas.
-Perdi tudo.
- Mentiroso. Não perdeu a sua vida... não deixe isso virar um fato.
- Se preocupe com você e aqueles que a cercam... fiquei observando reconheço vadias como você.Ninguém me ama de verdade são todos ambiciosos incrédulos.
-Calado... e as pessoas que poderiam te conhecer e começar a amar o homem maravilhoso que está diante de mim.
- Já falei que você é imunda!
- Calado.
- Não reconhece o meu rosto? Lembra daquela noite?
-Quando?
- Sabia! cachorra sem dono.- Olhou nos meus olhos profundamente que imaginei sua essência inteira entrando pelo o meu corpo.
- Hum. Lembrei- Falei friamente.
Como não recordar daquele que conquistou de dia e que a noite enlouqueceu não apenas a minha consciência e sim fez do meu corpo um jogo pervertido e delicioso. Como umas pulsações veio em minha memoria momentos que torturava para não esquecer. O primeiro contato com o olhar e o sorriso simultâneo, uma longa conversa  de efeito tão predominador e excitante, com assuntos de agregador intelectual e uma isca talvez desse maldito cupido, para que duas pessoas que não queria que o inevitável fosse de tamanha impulsividade. Então a paixão surgiu insanamente e o dia acabou num motel vagabundo, segundo contato, segurou em meus cabelos, puxou forte, suspirei, jogou no chão, contra a parede e finalmente na cama. Não quis que ele parasse em nenhum instante, o dominei e fiquei por cima. Somente quando cansamos de tanto suspiros, gritos leves, gemidos, lambidas e entre outros. Acordei sozinha naquela cama que exalava transa, que eu pensei por um momento que era inicio da minha felicidade e finalizou com um desaparecimento frustante, aquela paixão nova rapidamente se fez um ódio por um ser que enxerguei como uma malvada ilusão Não teve terceiro contato até aquela noite estrelada.
- Me apaixonei por você aquele dia sua vagabunda.
- Mentira... você fugiu.
- Fiquei com vergonha, nunca tinha feito uma coisa daquelas... não tenho essa índole de luxuria suja.
- Não se preocupou comigo, se eu tinha ficado sem graça ou...
-  E aqueles caras? Sei fui apenas mais um da sua listinha sórdida... algumas mulheres querem se sentir verdadeiras deusas vivas, com seus súditos aos seus pés e ganhando é claro.!
- Não, fiz tudo por sua causa... abalei o meu ser.
- Não diga que observei erroneamente, eu conheço a minha capacidade analítica.
- Então se você não acredita que nasceu um amor, aqui no meu coração por você.- Não suportei e o beijei tão gostoso pela ultima vez.- Por favor não! Quero você pra mim quero ser sua.- Sussurrei.
- Morra!- Berrou com ódio nos olhos.- Eu também maldita.- Empurrou-me com brutalidade e saltou daquele nocivo monte de maneira ligeira que o vulto do meu puro sentimento foi atrás.
Paralisada por exatamente dez minutos não poderia crer naquilo, não era o meu desejo, percebi que por mais amor que se pode ter por uma pessoa, temos saber o tempo exato de desistir de correr para um infinito que o único fim é desconhecido, e que este prejudica uma vida, uma alma e um sentimento que se deixarmos morrer sem querer passa assim depressa. Até mesmo o amor não pode ter o controle de nosso eu, nós fazemos o nosso deixe que os outros façam o deles. A vida é mais valiosa que um instante de querer desistir dela.



   

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