terça-feira, 30 de junho de 2015

Conte-me Paolo *1*

O sol brilhava forte todos os dias em Florença a secura das folhas era tanta que quando batiam no chão faziam um barulho gostoso, Paolo Caron vendia frutas na feira para comprar seus cadernos de desenhos o calor não o dominava, muito branco e franzino, seus olhos caramelos brilhavam ao ver um copo grande de suco da polpa, de tanta sede lambia indiscretamente o suor que derramava pelos braços. Volta ao fim das tardes cheio de moedas e sujo como elas, adorava as férias escolares isso significa mais trabalho, moedas, cadernos, lápis e criações. Sua casa modesta em meio das muitas vielas estreitas da cidade, para ele uma pista de corrida com a velocidade do vento, chinelas velhas não duravam por causa das pedras no caminho, os dedos de Paolo Caron muitos momentos já sangraram... Vivia em seu mundinho calado e risonho, esparramado na grama do parque principal observando o céu límpido imaginava quem havia desenhado o mundo quais a cores que o Criador usou para fazer esse tal de cosmo...Em um piscar de olhos o menino evoluiu e se tornou um jovem notável por sua habilidade em fazer precisamente a planta de uma casa... mais o seu amor era o design...desta. O lar é mais do que apenas um canto para repouso, sim uma bela fortaleza do externo ríspido.
A sintonia da magnífica expressão do rosto de Paolo Caron é tão encantadora e alegre, que as pessoas passavam ao seu lado e pensavam onde surgi tamanha euforia em um novato em meio de um movimentado aeroporto da estilosa Paris? Italiano caucasiano, olhos de caramelo, cabelos pretos e medianos,leve ondulação, cachecol em meio do pescoço, botinas velhas, calça amassada, camiseta comum e uma antiga jaqueta e sua gorda maleta. Atrapalhado em seu andar, falando francês sem o biquinho e com sotaque de Mama Mia. O entusiasmo se fosse um pássaro voa para longe do rapaz sem pensar duas vezes... Saludava a todos como velhos amigos e nariz em pé não que abaixar.
Vitrines, manequins, grandes marcas, deliciosos perfumes, casacos e Rue Montorgueil uma  nova descoberta localização de mercado livre admirada por ele na cidade Luz, faminto foi para pâtisserie Stohrer apreciava desde novo saborear pães e degustar um bom vinho, esqueceu por um milésimo que era apenas mais um bolsista da Universidade Sorbonne, ao acaso tropeçou em  Franchesca Raffe com seu cabelo liso chanel negro,vestes pretas, olhos cinzentos, morena pingada, unhas grandes afiadas para matar se necessário pintadas de esmalte branco, tônus muscular evidente a estatura não tão...Paolo em meio de todo mundo quase caiu em cima da moça.- Qu'est-ce que c'est Italiano cego!- Rangiu perdida nos olhos de Dom Caron.
-Nossa senhora conte-me sai come senhorita!- Exclamou assustado- Descobriu como que nasci em Itália?
-Vejo as coisas como elas são...- Respondeu seca deixando o livro grosso de capa vermelha em cima da mesa e levantou-se da cadeira.
-Também é da Sorbonne?-  Intrometido com a língua presa.- Sou de calouro de arquitetura.- tom de voz aumentou.
- Direito ultimo ano.- Raffe abençoou
-Já que a interrompi... posso pagar seu cappuccino.-Afirmou Paolo
-Primeiro aqui pago adiantado, aqui somos reservados...- Subiu o olhar rapidamente.- E se você quisesse realmente paga já tinha feito.
- Mama Mia.- Zombou.
Falando nisso naquela noite intrinsecada ele sonhou mais uma vez...Conte-me " A menina d'água"
A imagem daquele ser  não saia de meus pensamentos de jeito nenhum, por instantes me senti estranha como mulher, a voz da criatura era suave e tão linda, parecia angelical...corpo curvilíneo... estava fascinada... quem sou?Queria agarra-la, beija-la,cheira-la, senti-lá... ama-la. Seduzia até mesmo mais que as sereias... mas porque eu estou a desejando? Girava, girava e estremecia a minha mente... anormal me classifiquei... diferente.Ela não uma menina mulher uma igual.
Busquei como comilona sua amizade e consegui em curto período de tempo ao contemplar sua beleza, a essência natural dela congelava meu sangue.
-Você me olha de um jeito muito amoroso.- Ela falou gentil.
-Sim.-Arrumando o zipper da calça.- Quer dizer não!- Joguei uma pedra na lagoa.
- Com... pegou em minhas mãos.- Ela tentou segurar a fala.- Paixão, ternura e desejo o que significa para você?- Umedeceu os lábios secos com a língua.
-Nossa...-Soltei os cabelos com as mão suando.
Ficou completamente nua e pulou para banhar seu lindo corpo na lagoa.- Vem!- Disse convidativa
- Me fale se errado amor um pouquinho somente por que?
-Não é assim o padrão de felicidade que eu pessoalmente quero.- Tentei ser direta, fracassei e gaguejei.
- No fundo quer sim!- Jogou com força água em mim e saiu toda pelada... me agarrou de uma forma inevitável, secretamente gostei, me fiz de dura por um instante... não me contive e me entreguei como se nunca estivesse uma experiencia com... o amor... queimamos por dentro... quando acabou... ela já havia adormecido.
Me envergonhei daquela alucinada situação, enlouqueci e por aquele segundo a odiei com tanta destreza, atordoada a levei devagarzinho a lagoa e matei friamente, morreu dormindo e inocente, suspirei enquanto o seu corpo afundava.
Ela tinha deixado um bilhete amassado em minha calcinha:
" Parece tolice mas te amo... te quero até os últimos momentos da minha... que sejam longos os nossos anos juntas."
Rasguei o papel em pedaços e comi feito pipoca, deitei na grama fria e arranquei as folhinhas com os dentes... DESGRAÇAS !

Paolo Caron sempre acorda com movimentos brusco, desta vez apavorado, não consegui de parar de pensar em Franchesca Raffe uma mulher atraente... ele não busca isso... ainda por cima uma mulher...e  ao meu ver a Senhorita  também não tira o Dom Paolo Caron dos pensamentos... coitada...
        

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